Certo dia, com um filho com menos de um ano de vida e outro
que estava por vir, paranoica, pensou que não daria conta de criar
mais essa criança (eu). Aí então ela resolve me oferecer a um casal de
médico que não podiam ter filhos, que lindo.
Mas após o parto, depois de ver o rostinho daquele bebê
(eu), ela desistiu de me dar para os médicos. Nossa, ela me amava. Não! A desgraçada saiu do hospital e surtou.
Levou seus dois filhos para a beira da estrada, pensou em se jogar na frente de
um caminhão com seus dois filhos. Mas finalmente acabou desistindo. Ufa! Não
fui abandonado e nem morto.
Ufa que nada o pior ainda estava por vir. Ela humildemente
cuidou de seus dois filhos “amados”. Mas um belo dia ela chegou pertinho de
mim, com apenas três anos de idade. Olhou bem nos meus olhos e me perguntou se
eu sabia quem era minha mãe. E prontamente eu respondi o óbvio que era a
desgraça da minha mãe que me fez a pergunta.
Logo após esse momento mãe e filho. Começou a tocar a trilha
sonora da minha vida, “pais e filhos” da Legião Urbana. Para quem não sabe fala
de uma filha que se suicida. Ela decide me entregar para a família da casa onde
trabalhava. Porra não era mais fácil me deixar com os médicos. Talvez eu nem
saberia que era adotado e isso não seria um trauma para mim.
Mas devo ter ficado muito feliz com esse fato, pois a
primeira coisa que fiz ao ver meu novo pai, depois de saber da notícia. Foi dar
um abraço nele e gritar papai.
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