segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Amor de Mãe IV



Uma história interessante que minha amada mãe cria para todos que encontra pela vida. Quando ela me contou fiquei meio confuso pela falta de coerência e achei inacreditável. Mas depois que tive minha filha não dava para engolir essa mentira. Eu até tento ser compreensível pois quero acreditar no seu arrependimento por ter me deixado. Até para se proteger psicologicamente , ela inventou essa história para aliviar a sua culpa.
De acordo com minha amada mãe, ela foi enganada pelos meus pais verdadeiros. Diz ela que eles a fizeram acreditar que só iriam passar o meu nome para a guarda deles, porque queriam me incluir num bom plano de saúde. Mas depois que conseguiram a guarda, maldosamente, me levaram para longe, na Suíça. Mas ainda antes de ter minha filha, fui juntando as peças e vi que não faz sentido algum.
Primeiro, o processo de adoção hoje em dia, que deve ser bem mais fácil do que no final da década de 80, dura de 12 meses a 5 anos para ser concluído. No meu caso durou dois anos. Começou quando eu tinha três anos e acabou quando eu tinha cinco anos. Foram dois anos para ela se arrepender . Dois anos para ela perceber a merda que estava fazendo.  
Segundo, o que ela pensava? Que eu era o filho dela e passaria a ser um brinquedo que, quando não estivesse estressada e eu estivesse mais calmo, ela poderia me   pegar emprestado me levando para a sua casa e depois me devolveria.
Terceiro, eu sofri um acidente em dezembro de 1989, aos 5 anos de idade, e viajei para a Suíça em maio de 1990. Foram aproximadamente 5 meses entre meu acidente e a viajem. Mas ela ficou sabendo, anos depois, do meu acidente por meio de uma outra pessoa, que trabalhava com ela,  depois de se esbarrarem no ônibus.
Mas  hoje eu sou pai de uma menina. Tendo a percepção do que é ser pai, não tive dúvidas da besteira que ela havia inventado. Pois não consigo imaginar um pai ou uma mãe que seda a guarda de um filho amado, motivado  por um plano de saúde.
Agradeço e muito a família que me acolheu como mais um integrante da família. Apesar das dificuldades, as vezes por coisas da vida como a adolescência e outras vezes por causa da adoção. Agradeço por hoje continuar lutando e querer ver minha filha crescer.

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