terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Doidera



Saiu do trabalho mais cedo. Como de costume ao entrar no  carro parecia ser possuído e começava a falar sozinho.  Sem passageiro e nem telefone, apenas João e o barulho do Motor. Costumava falar mais sozinho do que com pessoas reais. Arthur havia sumido, porem ainda preferia o mundo ideal ao real.
Voltando para a casa, conversava, discutia, brigava com seus “fantasmas”, batia no volante, xingava e sua pulsação até aumentava. Naquele dia, estava sentindo que seu rendimento no trabalho estava abaixo do que podia render. Achava que todos os seus colegas, o julgavam,  o menosprezavam. Porem, Dentro daquele carro é que conseguia resolver seus conflitos para que no dia seguinte pudesse voltar ao trabalho novamente.
Ao entrar em um engarrafamento, foi interrompido de seus delírios com um estranho rapaz com cabelo rastafári, motorista do carro ao lado. Olhando para ele, como quem não soubesse o que fazer. O motorista falou alguma coisa que João não entendeu. Porem poderia apostar que ele falou algo do tipo. “Cara, essa é da boa. Onde você comprou?”. Só havia um problema. João não bebia e nem se drogava. Ele apenas  preferia viver num mundo ideal. 

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